domingo, 26 de maio de 2013

FETAEMA: Denuncia Conflitos Agrários Em GNF e Junco do Maranhão

A diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Maranhão (Fetaema), representada pelo presidente, Chico Miguel; a secretária-geral, Ângela Sousa; e o secretário de Formação e Organização Sindi­cal, Ivaí Santos, apresentou em coletiva de imprensa, ontem (22), na sede da Federação, um relatório dos atuais conflitos agrários em situação mais crítica no Maranhão.

No relatório, foram apresen­tadas as duras consequências da disputa pela terra, que afetam trabalhadores rurais na comuni­dade do Vergel, no município de Codó; no povoado Cipó Cortado, em Senador La Roque; acam­pamento Dois Irmãos e Projeto de Assentamento Capoema, em Bom Jesus das Selvas; P.A  em Santa Luzia; P.A Guairacas, em Buriticupu; P.A Santa Ma­ria, em Satubinha; comunidade Vilela, em Junco do Maranhão; Projeto Agroextrativista Bacuri, em São Raimundo das Mangabeiras; P.A Mesbla, em Governador Nunes Freire; Quilombo Santa Maria dos Moreiras e Puraquê, em Codó; Quilombo São Pedro, em São Luiz Gonzaga; Quilom­bo Santana e São Patrício, em Itapecuru; Quilombo Salgado e Pontes, em Pirapemas. Ao todo, 15 comunidades afetadas.

Durante a coletiva, a diretoria da Fetaema, acompanhada dos advogados da Federação, Diogo Cabral e Antônio Pedrosa, ainda denunciou o conflito da comuni­dade São Raimundo, localizada no município de Urbano Santos. De acordo com os representan­tes da Fetaema, neste povoado, além da expulsão e ameaça das famílias de trabalhadores rurais, é comprovada por pesquisadores a importância histórica de São Raimundo como palco da maior revolução popular no Maranhão, a “Guerra da Balaiada”.

No relato feito pela Federação, foi constatado que atualmente moram em São Raimundo cerca de 54 famílias que trabalham em atividades rurais, como plantio de mandioca, macaxeira, feijão, milho, arroz, maxixe, quiabo, abóbora, bata-doce, gergelim, fava, vinagreira, alface, tomate, pimentão, pimenta de cheiro, pepino; e com a criação de peque­nos animais. Além dos plantios e criações, ainda é praticado o extrativismo do bacuri, pequi, buriti, jussara, babaçu, mangaba, caju, acerola, goiaba-araçá. A co­munidade tem hoje três projetos produtivos: criação de galinha caipira, manejo de bacurizeiros e roça agroecológica.

Porém, segundo os repre­sentantes da Fetaema, todo o território tradicionalmente ocu­pado por estas famílias, aproxi­madamente de 1.635 hectares, está sob ameaça do grileiro Luís Evandro Loueff, conhecido como “Gaúcho”. “O “Gaúcho” já esteve na comunidade, afirmando que teria uma licença ambiental de desmatamento para devastar 945 hectares de bacuri, pequi, aroei­ra, ipê e outras espécies nativas do cerrado para a construção de uma carvoaria. Área esta utiliza­da pelas 54 famílias”, denunciou o presidente da Fetaema, Chico Miguel.

Além da forma truculenta com que jagunços a mando de “Gaúcho” atuam na área, um indício de fraude na documenta­ção de licença de desmatamento expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) foi ou­tra denúncia feita pela Fetaema. “Na licença, expedida pela Sema em favor do “Gaúcho”, constam como municípios de localização do imóvel São Raimundo, as cida­des de Colinas e Santa Quitéria e não o município de Urbano San­tos, onde de fato está o terreno”, denunciou Chico Miguel.


Atualmente, segundo o presi­dente da Fetaema, o processo de desapropriação tramita vagarosa­mente no Incra-MA.

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